Em novembro de 1960, foram erguidos os primeiros blocos habitacionais pela Câmara de Desenvolvimento e Habitação de Singapura, em resposta à grave falta de moradia para os 1,6 milhões de cidadãos do país. Avançando rapidamente para 2017, mais de 80% da população do país vive em conjuntos habitacionais, e destes, mais de 90% é proprietária da residência onde reside. Muitas vezes pintados em cores vibrantes, os conjuntos dão ênfase aos espaços sociais comunitários, frequentemente mantendo o térreo dos blocos como espaços públicos abertos. Estes podem incluir áreas para vendedores ambulantes, bancos, mesas, churrasqueiras e pavilhões onde os moradores podem socializar protegidos do sol.
Os primeiros conjuntos pré-fabricados foram construídos em 1980, começando com apartamentos de 3 ou 4 quartos; rapidamente o processo avançou para a construção de edifícios de quase 50 pavimentos, feitos totalmente com elementos pré-fabricados, aumentando a eficiência e diminuindo a necessidade de mão-de-obra. Como a tecnologia de engenharia começaram a decolar, Singapura começou a investir em conjuntos sustentáveis, que incluem gestão de resíduos, coberturas verdes, sistemas de refrigeração passiva e jardins urbanos verticais. Atualmente, existem planos para sistemas de coleta de água da chuva, maior uso de painéis solares e sistemas de estacionamento duplo para bicicletas. [1]
Dada a grande diversidade étnica e cultural de Singapura, com quatro línguas oficiais (inglês, malaio, mandarim e tamil), o governo viu a necessidade de uma política de integração étnica em relação à habitação pública. Isso tem sido implementado desde 1989, garantindo que os conjuntos habitacionais representam uma grande variedade de indivíduos, evitando, entre outras coisas, a criação de guetos. Mostrando um olhar sobre a heterogeneidade de Singapura, o fotógrafo local Kevin Siyuan, criou uma série de fotos no ícone de habitação pública de Singapura.
Com o objetivo de capturar a grande diversidade que caracteriza a pequena nação insular, Siyuan fotografou os corredores ao ar livre ao longo das fachadas dos blocos de apartamentos. Cada imagem foca em um aspecto diferente da diversidade, destacado nos títulos das imagens. Cada fotografia tem a mesma composição, dividida em duas metades: de um lado, na escala macro, Siyuan mostra a variedade de características urbanas que cercam os conjuntos, incluindo diferentes usos da terra, densidade de construção, infra-estrutura e funções contemporâneas. No outro lado, cada foto mostra a "escala pessoal", oferecendo um vislumbre da vida cotidiana dos indivíduos que habitam os conjuntos. Os corredores públicos também retratam a relação entre a vida comunitária e privada nos edifícios, uma vez que a barreira entre o espaço pessoal e o espaço coletivo é diluída pelos objetos pessoais deixados no espaço comunitário, expostos para quem passa.
Como o próprio fotógrafo descreve, "[A série] 'Corridors' celebra as imagens diversas e coloridas de Singapura que molda sua identidade coletiva."
Referências:
- “Public Housing – A Singapore Icon | HDB InfoWEB.” Acessado em 11 de março de 2017.